Acuada
pela oposição, por aliados hostis e pelas críticas vindas das ruas ─
inclusive de seus próprios eleitores ─ a presidente Dilma
Rousseff enfrenta a maior crise desde que chegou ao Planalto, há pouco mais de
quatro anos: tem diante de si a árdua tarefa de superar o isolamento e
restaurar a confiança da população em meio a um escândalo de corrupção de
grande monta, uma economia fragilizada e ânimos cada vez mais polarizados.
Segundo estimativas,
cerca de 2 milhões de pessoas estiveram nas ruas de várias cidades brasileiras
para externar sua insatisfação com as políticas do governo, pressionando ainda
mais a presidente que deverá se empenhar em encontrar uma solução para a crise.
A BBC ouviu
lideranças sociais, cientistas políticos e parlamentares para entender como a
petista pode vencer a prova de fogo por que passa seu governo e assegurar a
governabilidade de seu segundo mandato, principalmente após os protestos, a
grande maioria a favor de seu impeachment, no último domingo (15).
Segundo eles, a
solução passaria por um tripé que inclui recuperar a confiança do seu
eleitorado, ampliar o diálogo com a base aliada e retomar o crescimento da
economia ─ este último pilar, acreditam, não erradicaria, mas atenuaria as
fortes críticas que vem recebendo, sobretudo, de opositores.
"Dilma montou
uma "cilada" para si mesma durante a eleição, ao prometer que não
mexeria em algumas das conquistas socioeconômicas ocorridas nos últimos anos.
Agora, mudou o discurso e tem dificuldade de explicar o ajuste fiscal que,
invariavelmente, se viu obrigada a executar, especialmente, para os seus
eleitores", afirmou à BBC Carlos Melo, cientista político e
professor-adjunto do Insper.
Fonte MSN Noticias